Por Norton Ribeiro, Ricardo Amorim e Vera Abad
Associados titulares do Instituto Histórico de Petrópolis
A história da chegada dos imigrantes germânicos nas terras que dariam origem a Petrópolis está permeada por marcos históricos que conhecemos bem, como a data da colonização comemorada todo 29 de junho. No entanto, tais delimitações surgem deliberadamente através das escolhas, sejam dos historiadores, sejam do poder público estabelecido no momento de sua criação. Portanto, compreender a história de qualquer fato, é compreendê-la tendo em vista um processo contínuo e, ao mesmo tempo, com rupturas ao longo do caminho. Voltemos à década de 1820 para que se descubra o véu da formação de Petrópolis enquanto alvo da pretendida colônia de imigrantes livres.
Sabemos que apesar do interesse dos viajantes europeus no início do século XIX em conhecer a fauna e a flora do Brasil, a região onde surgiria Petrópolis não chamava muito a atenção como um local de pouso, conforme relato dos naturalistas Spix e Von Martius que, em 1823, referiram-se à fazenda Córrego Seco como uma “taverna miserável”, com acomodações ruins, entretanto, “valia pelo clima”, por ser ameno e dar algum conforto àqueles acostumados com o clima da Europa.
A despeito dessa má fama, a fazenda Córrego Seco foi comprada pelo imperador D. Pedro I (1798-1834), em 1830, porém, devido à abdicação do trono e seu retorno a Portugal, o projeto de criação de um palácio de verão foi adiado. Somente com a maioridade do imperador D. Pedro II (1825-1891), o Mordomo da Casa Imperial, Paulo Barbosa da Silva (1790-1868), retoma os planos de criação de um Palácio, cujo projeto foi aprovado pelo Decreto nº 155, de 16 de março de 1843, arrendando as terras da Imperial Fazenda do Córrego Seco ao major engenheiro Jules Frederic Koeler (1804-1847), e delegando-lhe a responsabilidade de planejar e construir um palácio de verão; reservar prazos para uma igreja, uma povoação e um cemitério, abrindo ruas e delimitando lotes para aforamento. Posteriormente, com a criação da Imperial Colônia, foi também encarregado de sua organização. Portanto, todo o planejamento e sua execução couberam a este engenheiro vindo de Mainz na Renânia-Palatinado.
Koeler residia no Brasil, desde 1828; conhecia o local porque havia sido encarregado para realizar melhoramentos na estrada entre a Vila da Estrela e o Alto da Serra. Em fevereiro e março de 1838, Koeler contratou imigrantes de origem germânica vindos do navio Justine para trabalhar na manutenção e conservação da Estrada da Estrela (Calçada de Pedras). Ao final da obra, algumas famílias se fixaram na região do Itamarati. Além de Koeler e sua própria família, mudaram-se para a serra, seus auxiliares, na maioria também de origem germânica como o arquiteto Theodoro Marx – que projetou a Casa dos Semanários, hoje Palácio Grão Pará –, João Meyer, Cristóvão Schaeffer, Teodoro Grote e outros.
O governo da província do Rio de Janeiro vinha a algum tempo promovendo a vinda de colonos para trabalharem nas obras públicas, mas os entendimentos eram sempre demorados e as firmas agenciadoras nem sempre confiáveis. Em 1841, o governo imperial assume o interesse em colonizar o interior da província fluminense. Três anos depois, no governo de Aureliano de Sousa e Oliveira Coutinho (1800-1855), Presidente da Província do Rio de Janeiro, estabeleceu-se um contrato com a firma Charles Delrue e Cia., de Dunquerque na França, para o aliciamento de imigrantes. Sem especificar nacionalidade, exigia-se apenas que fossem artífices: carpinteiros, ferreiros, pedreiros, etc. e que se entendesse por família, um casal e seus filhos. Os anúncios despertaram interesse dos habitantes da região da Renânia, pois, na época, passavam por séria crise econômica. Entretanto, as cláusulas do contrato não foram devidamente explicadas ou seguidas. Vieram imigrantes das mais variadas classes profissionais e por família entendeu-se todos os parentes próximos. Assim, para abrir estradas e construir pontes e edificações, vieram igualmente pedreiros, músicos, agricultores, alfaiates e confeiteiros. Havia muitos idosos e crianças entre as famílias embarcadas.
No primeiro navio denominado Virginie aportado no Rio de Janeiro, em 13 de junho de 1845, vieram um total de 161 pessoas que chegaram a Petrópolis, no dia 29 do mesmo mês e ano. Na época da sua vinda para o Brasil, existiam na região vários reinos como da Prússia, da Baviera, de Würtenberg, assim como grãos-ducados de Baden, de Hesse-Darmstadt, entre outros. O Império Alemão só seria criado em 1871. A maioria dos colonos arregimentados era proveniente da região de Hunsrück, na Renânia-Palatinato, onde existia uma verdadeira integração de culturas. Muitos Renanos de Hunsrück são originários da Valônia (parte da atual Bélgica), como as famílias Noel, Dupré e Lorang.
O Hunsrück é uma cadeia montanhosa da Renânia-Palatinado e do Saar, sendo uma extensão de Eifel. Ele está localizado entre o rio Mosel no noroeste, o rio Reno no nordeste, o rio Nahe no sudeste e rio Saar no sul.
Várias gerações de Noel são de Züsch; o colono Johann Noel nasceu em Reinsfeld.
O colono Johan Dupré é de Muhl.
Nikolaus Lorang e seu filho, o colono Peter Lorang, nasceram em Züscch.
Koeler promoveu o assentamento dos colonos nos prazos de terras agrupados em Quarteirões e os nomeou de acordo com a sua procedência: Bingen, Castelânea (Kastellaun), Ingelheim, Mosela (Mosel), Nassau, Palatinato Superior, Palatinato Inferior, Renânia Central, Renânia Inferior, Siméria (Simmern) e Westfália. Planejou também duas vilas (Imperial e Theresa). Eis aí a origem de alguns dos principais bairros de Petrópolis.
Foram assentados como foreiros à Fazenda Imperial por força do artigo 12º do decreto de arrendamento de 16 de março de 1843, e assim não tiveram a posse das terras onde construíram suas casas e fizeram suas plantações como se fazia nas demais colônias.
Paulo Roberto Martins de Oliveira relata que os colonos germânicos
“não ganharam terras em Petrópolis, eles apenas tiveram isenções de jóias (ou taxas) por um período de 8 anos, contados a partir da chegada de cada um. Depois do tempo concedido para o primeiro pagamento, quem não pagasse os foros devidos, perdia o direito de usufruir de suas terras. Muitos colonos, por causa deste e outros motivos, abandonaram a Imperial Colônia e foram para outros lugares.”
Certamente que a vida na colônia recém-fundada não foi algo fácil de superar ao longo de todo o processo de assentamento dos imigrantes, conforme se observa através dos relatos de viajantes. Ida Pfeiffer registra que a subida da serra era muito penosa e os colonos reclamavam da “vida miserável”. O projeto de uma colônia agrícola foi abandonado em virtude dos terrenos acidentados, solo pobre e clima adverso, que produziam somente o suficiente para a sobrevivência das famílias. Muitos dos colonos foram aproveitados nas obras do Palácio Imperial e da estrada da Serra, demonstrando seu conhecimento em diversos ofícios, trazendo consigo a experiência e ferramentas pouco conhecidas.
Por volta de 1850, mais de três mil colonos já viviam em Petrópolis, sua força de trabalho, sua adaptação às novas condições, fez com que a colônia reagisse e criasse novas perspectivas. Foram trabalhar como lenhadores e serralheiros. Hábeis artesãos desenvolveram trabalhos em madeira e ferro; produziam laticínios, forneciam frutas frescas e verduras para os hotéis e pensões, bem como pães, bolos e biscoitos que hoje se tornaram famosos. Alguns se dedicavam à criação de porcos, para produção dos tradicionais embutidos e defumados. Logo pequenas indústrias foram se formando. Em 1853, o colono Heinrich Kremer ingressa no ramo de cerveja produzindo-a em grande escala, fundando uma fábrica que, mais tarde, deu origem a Cervejaria Bohemia.
Os colonos atuavam em diversificados ramos da indústria e do comércio. Como Philip Peter, filho do colono Christian Sebastian Hees, que foi um dos pioneiros da fotografia em Petrópolis, produzindo vistas da cidade na década de 1860, e tantos outros colonos e seus descendentes. Também outros de origem germânica tiveram destaque como, por exemplo, o escultor Karl Spangenberg que chegou a Petrópolis, em 1846, dedicando-se à fabricação de bengalas.
Quando falamos em herança dos colonos alemães pensamos em cerveja e salsicha, mas não se deve esquecer a riqueza de sua culinária típica: Kasseler Rippenspeer (costelas de porco defumadas), Eisbein (joelho de porco), Sauerkraute (chucrute), Knoblauchwurst (linguiça com alho), Blutwurst (chouriço de sangue), Leberwurst (chouriço de fígado), Zungenwurst (chouriço de língua), Boulettes ou Fleischklößchen (Almôndegas), Kartoffelsalat (salada de batata, Warmer-quente, ou Kalter -fria), Schwarzwälder kirschtorte (Torta Floresta Negra), entre outras.
Foram muitos os legados que nos deixaram. Na implantação e desenvolvimento de Petrópolis, tornaram-se exemplos de operosidade e determinação. Nas obras que tocaram, ficou a marca do cuidado e respeito às condições naturais do local, aliados à perfeição na execução das tarefas mais simples, do rendilhado em madeira nas varandas dos chalés ao modelo europeu do calçamento em paralelepípedos das ruas. Trabalhadores honestos e caprichosos imprimiram seu padrão de qualidade como tecelões e operários ou proprietários das diversas indústrias que foram desenvolvidas a partir de seus descendentes ou das novas levas de imigração ocorridas posteriormente.
Se o trabalho era levado muito a sério, a diversão também não era esquecida. Em 1853, Gustavo Eckardt, natural de Hesse, que era afinador de pianos, fundou com Francisco Vogel, Pedro Jacobs e os irmãos Henrique, Pedro e Frederico Esch, uma banda de música, da qual foi regente. Pouco depois, os irmãos Esch deixaram a banda e Eckardt seguiu o trabalho com seus oito filhos sendo conhecida como a Banda dos Gustavos. Dez anos depois o professor Frederico Stroelle fundou a “Deutscher Saengerbund Eintracht”, mais tarde denominada Coral Concórdia. Além desta, outras sociedades recreativas foram criadas e todas tinham seu próprio coral, realizavam atividades artísticas, esportivas e musicais, além de organizarem passeios, piqueniques e outros eventos.
Essas sociedades recreativas criadas nos primórdios da imigração perduram até hoje promovendo o cultivo das tradições culturais germânicas. A festa petropolitana que ocorre sempre no mês de junho há mais de 30 anos, marca a tradição germânica em Petrópolis, no entanto, essas comemorações iniciaram formalmente em 1982 com o I Festival Germânico.
O radical Bauern, de Bauernfest, deriva de Bauer que significa agricultor, homem do campo em alemão, lembrando a origem e os primeiros trabalhos em Petrópolis. A Família Noel mantém a tradição de madeireiros até os dias de hoje. O colono Johann Noel, vindo de Züsch, foi homenageado com seu nome em uma escola municipal, situada no Bingen.
Por fim, como guardiães desta memória, temos o Obelisco e o Museu Casa do Colono. Este foi criado, em 1963 e inaugurado em 16 de março de 1976, funcionando na Castelânea, em uma casa típica com as características de habitação da região de Simmern às margens do Rio Mosel, construída, em 1847, pelo foreiro de origem germânica, Johann Gottlieb Kaiser, ex-militar do Exército Imperial Brasileiro. Quanto ao Monumento, de 20 metros de altura, situado em pleno centro histórico, foi inaugurado pelo Presidente da República Juscelino Kubistcheck, pelo Prefeito Flávio Castrioto e pelo Presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, Carlos Julio Plum, descendente dos colonos germânicos, na solenidade do 1º Centenário da Elevação de Petrópolis à categoria de cidade, em 29 de setembro de 1957, em homenagem a D. Pedro II, Paulo Barbosa, Caldas Viana, Aureliano Coutinho, Koeler e a todos os colonos. Em placas na base do obelisco constam 361 nomes das 456 famílias de colonos que chegaram a Petrópolis entre 29 de junho de 1845 e 31 de dezembro de 1846: Adams, Alfeld, Andreas, Arweiler, Auler, Bach, Balter, Barten, Bauer, Bauermann, Baumgatner, Bechtlufft, Beck, Becker, Behrens, Benchel, Bender, Berlandi, Berr, Beuren, Biehl, Blaeser, Blaesius, Blankenberger, Blatt, Blatten, Blum, Boelling, Boller, Bonacker, Borchtelmann, Borrê, Brahm, Brand, Braun, Breuer, Brunner, Buehler, Buhl, Bumb, Burger, Capalo, Castor, Christ, Dahlen, Debald, Deister, Delvo, Dengler, Deroche, Deubert, Diehl, Dietrich, Dietz, Doerscheid, Dohm, Dorr, Dupont, Dupré, Ebeling, Eberhardt, Ebertz, Echternacht, Eckardt, Eiffler, Einsfeld, Elbert, Emmel, Engelmann, Eppeisheimer, Eppinghaus, Erbes, Esch, Espenschied, Essinger, Ev, Exel, Faber, Faulhaber, Fecher, Feldmann, Finkennauer, Firmes, Fischer, Flaeschen, Flesch, Fliess, Forster, Franz, Friedrichs, Gabelmann, Gabrich, Gall, Gehren, Geoffroy, Georg, Gerhard, Gietz, Gimpel, Glassow, Goehl, Goeller, Goettnauer, Goetz, Gorges, Graeff, Gregorius, Groess, Grotz, Gudehus, Guenster, Guntermann, Gutmann, Hamm, Hammes, Hang, Hansen, Happe, Harres, Hart, Hartmann, Haubrich, Hees, Hehn, Heiderich, Henemann, Henrichs, Hilgert, Hill, Hillen, Hinkel, Hinnerscheid, Hippert, Hoefner, Hoelz, Hoenes, Hoffmann, Huegel, Hummel, Husch, Indstein, Jacobs, Jacoby, Jaeger, Jahn, Jantz, Jenz, Jochem, Joras, Jost, Jung, Justen, Kaercher, Kalkuhl, Kallenbach, Kappaum, Kappler, Kapps, Karl, Kauert, Keck, Keuper, Kind, Klaes, Klaudi, Klein, Kling, Klingel, Klippel, Kloh, Knecht, Kneipp, Kniebel, Knuth, Kober, Kochems, Koetzer, Kolling, Konflanz, Kopf, Kopp, Korndorfer, Korth, Kraemer, Kramm, Kratz, Kraus, Krautkraemer, Krebs, Kreis, Kreischer, Krings, Kronemberger, Kuhn, Kunz, Kurtenbach, Kustermann, Lahr, Latsch, Laufersweiler, Lauterbach, Licht, Licker, Linden, Link, Littig, Lochem, Loepsch, Loos, Lorang, Luebe, Luetger, Lukas, Mahler, Mainartz, Maiworm, Malmann, Martini, Marx, Mathis, Maul, Mayer, Mebus, Mees, Merker, Mertens, Meures, Michel, Moehlig, Molter, Monken, Morsch, Muenich, Muller, Munch, Mundstein, Mussel, Neisius, Neumann, Nichtern, Nicodemus, Nicolai, Nienhaus, Noel, Ohlweiler, Orth, Petry, Pfeiffer, Philippi, Pitzer, Plantz, Platten, Platz, Plenz, Rablais, Raeder, Reinsfeld, Reiss, Reissinger, Reith, Reitz, Renzler, Retzmann, Reuther, Rheingantz, Richter, Rippel, Rockenbach, Rody, Rosenbach, Roux, Ruhl, Sattler, Sauer, Saueressig, Schaefer, Schanuel, Scheid, Scherer, Schimmels, Schimidt, Schimitt, Schimitz, Schneider, Schnoeneck, Scholl, Schorsch, Schroeder, Schuessler, Schumacher, Schunck, Schwabenland, Schwartz, Schweickardt, Seitz, Sieben, Silbernagel, Simon, Sindorf, Sisterhenn, Sixel, Sommer, Sperle, Stadler, Starck, Steinborn, Stoffel, Straub, Stulpen, Stumm, Stumpf, Stutzel, Suss, Surerus, Sutter, Tannein, Ternes, Tesch, Thees, Theis, Theisen, Theobald, Thomas, Trojack, Uhlweiler, Ulrich, Vetter, Vogel, Vogt, Vones, Wagner, Waldhelm, Weber, Webler, Weckmuller, Weiand, Weinem, Weinschutz, Weirich, Weitzel, Wendling, Werkhauser, Werner, Wetzler, Wey, Wichers, Wilbert, Wildberger, Willems, Willing, Windhauser, Winter, Wirsch, Wolf, Woll, Zacher, Zerban, Zillig, Zimmler e Zoebus.
O Kanton ou Arrondissement de Simmern é uma antiga subdivisão administrativa francesa do departamento de Rhine-et-Moselle, criada em 17/02/1800 e extinta em 11/04/1814. Incluía os cantões de Bacharach, Bad Kreuznach, Bad Sobernheim, Kastellaun, Kirchberg, Kirn, Sankt Goar, Simmern, Stromberg e Trarbach. O Landkreis de Simmern foi uma unidade administrativa criada em 1816 com o nome original de Kreis de Simmern, pelo Reino da Prússia e localizada na Renânia-Palatinado. De 1816 a 1945, foi parte do distrito administrativo de Koblenz, na província do Reno, a partir de 1822 e de 1946 a 1969, do estado da Renânia-Palatinado. Em 1946, o distrito de Simmern tornou-se parte do recém-formado estado da Renânia-Palatinado. Em meados da década de 1960, o distrito de Simmern é dissolvido com base na Terceira Lei Estadual de Simplificação Administrativa no Estado da Renânia-Palatinado de 12/11/1968. In: Amtliches Gemeindeverzeichnis (= Statistisches Landesamt Rheinland-Pfalz [Hrsg.]: Statistische Bände. Band 407). Bad Ems Februar 2016, S. 153. Não confundir o antigo Kreis de Simmern com o atual Verbandsgemeinde Simmern-Rheinböllen, onde está a região de Verbandsgemeinde Simmern/Hunsrück), este último inclui a cidade de Simmern/Hunsrück. Ainda existe Simmern Westerwaldkreis perto de Koblenz, mas que não tem relação com esse artigo.
Referências:
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JORNAL DO COMMERCIO de 01/01/1854
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