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Obra, que teve apoio da Prefeitura, possibilita visitação à torre sineira
A Catedral de São Pedro de Alcântara reabre nesta sexta-feira (1) com atrativo adicional para o turismo. Marco do reerguimento de Petrópolis após os desastres climáticos do verão, a restauração da igreja abre caminho para um programa de visitação a partes que nunca foram abertas ao público, além de restituir a petropolitanos e turistas a contemplação dos atributos culturais e históricos desse cartão-postal da cidade.
A Catedral está totalmente renovada, incluído o entorno, onde a Prefeitura recuperou a Rua São Pedro de Alcântara e remodelou todo o jardim. No interior, o novo roteiro de visitação será percorrido por autoridades e outros convidados após a missa de reabertura, às 10h, presidida pelo bispo Dom Gregório Paixão. A visita inclui passeio sobre as abóbodas, exposição de peças sacras e subida à base da torre sineira.
A Diocese não tem data para franquear ao público a visitação à parte alta do templo, que começa numa escada em caracol no fundo da igreja e exige destemor de altura, forma física e fôlego. Após passar pelo órgão, os visitantes poderão ver a galeria de peças sacras conservadas pela igreja. Sobre as abóbodas e sob o madeirame do telhado, uma passarela metálica conduz a um holograma e a telas de vídeo com a história da Catedral. A última parada é na base da torre, com vista panorâmica da cidade.
Símbolo petropolitano
A Prefeitura participou da recuperação de todo o entorno da Catedral. À Secretaria de Obras coube o recapeamento de asfalto da Rua São Pedro de Alcântara, a melhoria da iluminação da via e o calçamento dos passeios no jardim. A recomposição dos canteiros e o plantio de flores foi feito pela Companhia de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep), que também podou árvores e pintou bancos e postes.
“A Catedral de São Pedro de Alcântara é um símbolo constitutivo da vida petropolitana. Ter a igreja reaberta e restaurada é um orgulho para todos nós. Ela não é somente referência de religiosidade, mas também um marco urbanístico”, afirma o prefeito Rubens Bomtempo, para destacar a importância da entrega do templo restaurado aos fiéis e de sua reincorporação ao roteiro turístico-religioso de Petrópolis.
A restauração da Catedral, no valor de R$ 13,4 milhões, durou um ano e meio e foi custeada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com base na lei federal de incentivo à cultura. As obras abrangeram o restauro de todo o patrimônio arquitetônico e artístico e o reforço da estrutura, já que uma movimentação de solo, nas chuvas de 1988, havia causado rachaduras nas paredes.
O bispo de Petrópolis salienta que a restauração foi obra coletiva de empresas e trabalhadores, além da Prefeitura. “Não podemos nos esquecer de ninguém. Desde os trabalhadores do canteiro de obras até os técnicos e coordenadores, todos trabalharam com afinco para entregarmos à cidade este patrimônio. Além de igreja-mãe da Diocese, a Catedral é um bem artístico e cultural dos brasileiros”, afirma Dom Gregório Paixão.
Sonho antigo
O sonho católico de construção de uma catedral em Petrópolis remonta a 1846, ano em que foi criada a Paróquia de São Pedro de Alcântara. A pedra fundamental da obra data de 1876, mas, como a construção não foi à frente, a segunda pedra foi lançada em 1884. Nas duas vezes, estavam presentes o imperador Pedro II e a Princesa Isabel.
O projeto original da Catedral, em estilo neogótico, foi criado pelo engenheiro-arquiteto Francisco de Azevedo Monteiro Caminhoá. As obras seguiram até 1901 e ficaram paralisadas por 17 anos. Para a retomada, em 1918, o projeto foi adaptado às finanças da Igreja pelo engenheiro Heitor da Silva Costa, que também concebeu e conduziu a construção do Cristo Redentor.
A Catedral foi inaugurada em 29 de novembro de 1925, inacabada. Em meio ao prosseguimento das obras, o órgão, com 2.227 tubos, de nove toneladas, foi instalado em 1937. Dois anos depois, o templo ganhou o Mausoléu Imperial, com o sepultamento dos restos mortais do segundo imperador e da imperatriz Teresa Cristina.
A torre da Catedral começou a ser construída somente em 1960, para ser terminada em 1969. Dada por concluída no ano seguinte, a igreja recebeu em 1971 os restos mortais da Princesa Isabel e do Conde D’Eu, colocados na Capela Imperial. Em 1980, a Catedral foi tombada como bem cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
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