Sobre

Sou Leo Arrighi, uma pessoa não-binária, bissexual, nascida e criada na cidade de Petrópolis. Sou acadêmica da Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense. Artista cuja obra é a própria vida. Produtora Cultural e Palestrante. Desde muito cedo por conta das minhas experiências pessoais enquanto um corpo não-hegemônico que habitava uma cidade deveras conservadora, me pus a investigar as relações sociais, a cultura, as relações de opressão e dominação que operam dentro delas. Mas pra além disso me pus a pensar como criar linhas de fuga, frestas, rachaduras nesses sistemas de dominação de forma a quebrar paradigmas, romper com as hegemonias da cisnormatividade, da heteronormatividade, do machismo, enfim, de toda a dominação patriarcal. Nesta aventura que pode ser entendida como uma vida-performance me envolvi com ativismos de grupos organizados e também alguns desorganizados, busquei o conhecimento acumulado na área que investigo e me tornei eu mesme o fruto de toda essa investigação. Um corpo que resiste, que se coloca nos espaços, que movimenta estruturas apenas por estar presente e pulsante. Descobri em meu próprio corpo-território a potência de toda uma egrégora de pessoas trans, travestis e/ou dissidentes de gênero em geral, que pavimentaram o caminho com o seu sangue para que eu pudesse hoje, nas beiras do fim do mundo, estar vivendo, reivindicando e sendo pavimento e sopro de vida para outres que virão depois de mim. Me entendo como terrorista de gênero, glittervandalista, adepta radical de atos de amor e felicidade obscenos e explicitos.

Experiência

Minhas primeiras experiências enquanto ser político, que age diretamente na cultura, foi em 2002, aos 15 anos, quando me envolvi com a militância LGBTIA+ depois de ter sofrido uma agressão de cunho homofóbico. A partir daí promovi debates, marchas, protestos etc. Sempre buscando trazer as pessoas a reflexão sobre as liberdades individuais e coletivas e sobre os temas de gênero e sexualidade. Em 2007 iniciei meus trabalhos com Produção de Eventos Culturais voltados para a diversidade. Produzi de outubro de 2007 até julho de 2008 um evento mensal realizado um domingo a cada mês chamado Pink Sunday. Um evento de música onde também aconteciam performances de artistas LGBTIA+ locais. Em 2013 realizei intervenções artísticas urbanas pela cidade de Petrópolis. Uma dessas intervenções foi uma performance chamada ?Vestido de Noiva? que foi realizada pelo projeto Caravanas Itinerantes do CDDH- Centro de Defesa dos Direitos Humanos. A performance consistia em uma pessoa, que no caso fui eu mesme, trajando um vestido de noiva com um véu bem comprido e neste véu estavam fixados cartazes com todas as leis as quais pessoas LGBTIA+ ainda não tinham acesso na época. Caminhamos por todo o centro histórico da cidade e despertamos curiosidade e muitas reações tanto favoráveis quanto desfavoráveis por onde passamos. Monitoria, Guia e Assistente de Produção de diversas exposições no SESC Quitandinha em Petrópolis durante 4 temporadas, inverno e verão 2018 e depois inverno e verão 2019 Equipe do setor Ciência do Novo Público junto a Companhia Teatral Ensaio Aberto. Atuando na sede da companhia, o Armazém da Utopia, com a equipe receptiva do local, até 03/2020. Antes de começar a pandemia do novo coronavírus atuava como Produtore em um projeto de extensão promovido pela UFF, que consiste na produção de um documentário audiovisual sobre a vivência de pessoas transgênero no ambiente universitário. Além disso, por todos esses anos adquiri vasta experiência como palestrante em eventos sobre gênero e sexualidade.